Estrelas da Tarde



    Pág. 6 - ESTRELAS DA TARDE
      Alexandre Campanha e Roberto Prado

ideia, e a nossa relação piorou muito quando meus novos amigos passaram a nos frequentar em casa.

Se usavam certos entorpecentes? É. Bom, é claro que usavam, éramos músicos!

Montamos primeiro uma banda de fundo de garagem, tocávamos de tudo, desde Beatles até o Clube da Esquina. Eu era o baixista. Demorou um tempo até que estivéssemos totalmente harmônicos entre nossos instrumentos, e devo dizer que o vocalista, o qual não devo dizer o nome, por receio de deixá-lo insatisfeito, não era lá muito bom, na verdade era péssimo, e não sabia uma vírgula de inglês.

Mas devo dizer que, ao contrário do que meus pais diziam, estávamos prosperando. Não é fácil a carreira de músico, e leva um tempo até que coisas como dinheiro ou prestígio possam aparecer.

Nos três primeiros anos de banda, havíamos conseguido tocar em quatro festivais, e abrindo para bandas relativamente grandes da nossa região. Além disso, vira e mexe estávamos tocando em barzinhos de nossa cidade, as vezes até ganhávamos um cachê.

É claro que, com o que ganhávamos não dava para nos manter, ou manter a banda. E isso é coisa que muita gente desconhece, mas se eu, com toda a minha já acumulada experiência puder fornecer algum tipo de ajuda, então assim o farei. Não me furtarei aos desígnios de ensinar... Oh sim, talvez esteja já me adiantando. Mas o que importa saber é que é bem caro manter uma banda.

De cara é preciso ter ao menos um carro, de preferência grande, para carregar os instrumentos e aparelhos, e obviamente, um carro precisa de gasolina, óleo, manutenção e os documentos. Aliás, acho isso um absurdo, ter de pagar por algo que já é meu? Não me parece certo.

Mas fora isso, também os instrumentos precisam de manutenção e nós também, afinal, não se pode esperar que as pessoas nos vejam como uma


       
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