oferecia uma boa justificativa, pois conferia ao mesmo tempo um toque de classe e um toque de masculinidade.

Obviamente eu gostava mais do Capuccino, mas que eu completava sempre com uma boa dose de rum, para me lembrar, como eu sempre dizia aos jovens alunos que por ventura comigo se encontrassem, do clima da saudosa Europa, apesar é claro, do calor insuportável que faz nessas bandas de cá do Atlântico, mas fazer o quê, “o estilo cobra um preço” é o que sempre respondi.

Como em quase todo lugar que já frequentei, também ali fui vítima de olhares maliciosos e até mesmo de cochichos de pessoas que não as poderei julgar, pois na verdade, compreendo perfeitamente que por sua pouca idade quase não sabem nada do mundo real, e só podiam me julgar pelo que viam e só viam o que podiam ver, segundo as ferramentas de cognição de que dispunham.

Mas voltando à Débora. Era comum que eu chegasse um pouco mais cedo, justamente para poder me dedicar como se deve ao ato, tornado por mim quase um ritual, do café com rum. Assim que terminei, fiz o já costumeiro sinal para o atendente, para que acrescentasse aquele à conta que me era encaminhada por e-mail ao fim de todo mês, e que eu repassava direto para o e-mail da minha mãe.

Não é que eu não tivesse dinheiro para pagar por conta própria, ainda tinha o aluguel de um dos apartamentos que meu pai deixara a minha mãe, que era eu quem recolhia, mas o fato é que era um valor tão irrisório, que se eu pagasse também pelo café, quase não sobraria para a manutenção de mim mesmo, e como minha mãe já arcava com as mensalidades do observatório, sempre me pareceu ser justo, ou no mínimo coerente, que ela arcasse também com a conta do meu lanche.

Fiz o sinal e me levantei, segurando o estojo de peroba rosa com força e altivez. Sempre soube que na vida era a primeira impressão que ficava, e

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