que com certeza já miravam, feito os corvos que haveriam de ser, o legado que o velho deixaria.

Era isso, este era o papel e o motivo pelo qual ela havia sido posta no meu mundo, deveria me trazer a riqueza e a posição que eu tanto almejava. O destino finalmente sorria para mim.

Fui apresentado à mãe dela, que tinha uma beleza que ainda deveria trazer certo alento ao pai, era uma velha muito bonita, e eu rejubilei com a probabilidade de a filha lhe puxar os genes e envelhecer assim tão bem.

Notei que a casa estava cheia, com efeito, da maneira que eu esperava encontrar devido à situação. No entanto, os ares eram ao contrário, de festa. No inicio me causou estranhamento, mas logo compreendi que a situação do avô dela, por mais que fosse séria, era perene, estável, e que a mãe houvera insistido mais para aumentar o contato dos netos com o avô de forma mais ampla do que para se despedir de fato.

Débora me deixou na sala e saiu apressada com a mãe, na verdade, a coitadinha mal entrou em casa e, assim que me apresentou, já puxou a mãe pelo braço e foi para dentro da casa. De certo estava emocionada e estava louca para contar sobre mim, e sobre nossa profunda conexão para a família.

Não era uma situação nova para mim, já havia sido apresentado à família de outras namoradas, mas ali, para aquela família que já representava tanto de minhas possibilidades futuras, me esforcei ao máximo para me apresentar na minha melhor forma.

— Então — puxei conversa com um dos rapazes que lá estavam e que depois descobri se tratar de um dos primos de Débora —, onde está o violinista? — Perguntei, fazendo uma óbvia alusão ao músico da família, o avô, mas o primo, provavelmente mais interessado na divisão do vindouro Butim, nem mesmo pareceu compreender o que eu havia dito e me olhou com uma cara estranha. Me antagonizei com ele de pronto, muito provavelmente esse encontro figuraria como o primeiro ensaio para as disputas internas pela

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